quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Maria Clara
A casa de hoje é todas as que foram.
É aquela da infância e dos pais, é aquela outra em que sentiu o amor daquele homem forte e gentil, é aquela onde perdeu o primeiro filho e teve os que vieram depois, é aquela da outra cidade, das novas esperanças. É aquela em que ficou sozinha.
A casa de hoje é todas as outras e é desconhecida.
Nela convivem os vivos e os mortos.
Estamos sentados na sala e ela sente o fim do dia.
Olha para mim e diz:
- Sinto saudade.
Pego suas mãos e pergunto:
- De quê, mãe?
Ela (não mais olhando para mim):
- De tudo.
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curto, simples, tocante.
ResponderExcluir[e, se eu escrever mais do que isso, serei redundante]